03/08/2022
Petista foi o primeiro participante de uma s�rie de encontros que a Fiesp e o Ciesp est�o promovendo junto a candidatos ao Governo do Estado de S�o Paulo


O petista Fernando Haddad participou hoje (3), do primeiro de uma s�rie de encontros promovidos pela Fiesp (Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo) e pelo Ciesp (Centro das Ind�strias do Estado de S�o Paulo) com os candidatos ao Governo do Estado de S�o Paulo.

O candidato falou, dentre outras coisas, em trabalhar com planejamento e tamb�m defendeu a cria��o de um sistema de inova��o para o estado de S�o Paulo. O presidente da Fiesp, Josu� Gomes da Silva, conduziu o evento, que durou cerca de tr�s horas e aconteceu na sede das duas entidades na avenida Paulista, em S�o Paulo. Haddad estava acompanhado do presidente estadual do partido, o ex-ministro Luiz Marinho.

Ao lado de Josu�, o presidente interino do Ciesp, Vandermir Francesconi J�nior, tamb�m comp�s a mesa e trouxe ao encontro a pauta da desindustrializa��o. Francesconi disse que o pa�s vive um momento cr�tico do ponto de vista econ�mico �com m�ltiplos desafios� e citou dados que mostram um processo de desindustrializa��o acentuada.

�No per�odo recente, 31,8% de toda a riqueza gerada no pa�s teve origem no estado de S�o Paulo, sendo que a ind�stria de transforma��o paulista participa com cerca de 38% do valor adicionado pela ind�stria de transforma��o nacional. A ind�stria de transforma��o paulista responde por 31,6% dos empregos do setor no Brasil, no entanto, a participa��o da ind�stria de transforma��o no PIB regrediu. A ind�stria de transforma��o de S�o Paulo, que em 2002, participava com 19,3% do PIB do estado passou a contribuir com apenas 14,7% recentemente. Que medidas o senhor contempla para reverter o curso preocupante da desindustrializa��o no estado de S�o Paulo, o que nos impede de gerar empregos de qualidade prejudica a arrecada��o fiscal e agrava os problemas sociais? E a outra pergunta � que a��es pretende implementar para fomentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no estado de S�o Paulo e para assegurar o futuro da nossa ind�stria?�, questionou Francesconi.

Haddad afirmou que dois ex-presidentes, Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva, chegaram a tentar fazer uma reforma tribut�ria, mas que n�o conseguiram por falta de consenso entre os setores econ�micos. O candidato afirmou que em 2018, quando pleiteou a presid�ncia, trabalhou em uma proposta que fixaria um teto de arrecada��o para um per�odo de dez anos e que previa uma transi��o gradativa de um regime tribut�rio para outro, envolvendo um pacto com a sociedade de que a carga tribut�ria n�o fosse elevada neste per�odo.

O petista tamb�m defendeu a implanta��o de um sistema estadual de inova��o para o estado de S�o Paulo que possa alavancar o papel da ind�stria. �Ou a gente estabelece em S�o Paulo, um sistema estadual de inova��o nos moldes dos sistemas nacionais coreano, alem�o, de alguns estados americanos e de prov�ncias canadenses ou vai ser muito dif�cil reter emprego industrial em S�o Paulo. N�s temos que criar uma mesa em que o poder p�blico estadual esteja presente, as nossas institui��es de pesquisa, que s�o as melhores do Brasil e da Am�rica Latina, e o setor privado. E n�s temos que fazer um mapeamento detalhado das oportunidades. Isso tem que ser rotina�, disse Haddad.

Planejamento

O petista tamb�m foi enf�tico no que considera uma falta de planejamento generalizada para lidar com o dinheiro p�blico, tanto no estado de S�o Paulo quanto no Brasil. Para ele, todas as pautas levantadas pela Fiesp e o Ciesp, como seguran�a, infraestrutura, educa��o e reindustrializa��o esbarram na quest�o do planejamento.

Para ele, se nem as lideran�as, que estudam a pe�a or�ament�ria e os problemas governamentais, conseguem entender com clareza o planejamento que tem sido feito pelos governos, isso deve ser ainda pior para os trabalhadores que saem de casa de madrugada para trabalhar. Para Haddad h� um emaranhado tribut�rio que n�o permite que a sociedade possa ver quem est� contribuindo com o fundo p�blico, mas tamb�m n�o h� clareza sobre para onde est� indo o dinheiro arrecadado.

�Afinal para que serve o estado se n�o for para planejar o que far� com os recursos comuns que comp�e o fundo p�blico. Essa � a fun��o do estado. Se voc� n�o tem capacidade de planejar, voc� n�o tem capacidade de desenvolver coisa nenhuma. Fica muito v�lida a cr�tica por um estado m�nimo porque se o estado n�o se organiza ele tem que ser m�nimo mesmo. Se voc� n�o sabe o que est� fazendo com o dinheiro, � melhor diminuir o transtorno que voc� causa para o cidad�o. Agora se tem um prop�sito, como acontece nas sociedades maduras, a�, sim, voc� consegue pactuar a carga tribut�ria em fun��o do que o que o estado est� entregando. Esse � o pressuposto de voc� fixar a carga tribut�ria e saber o que voc� est� recebendo em troca do que voc� est� pagando�, disse Haddad.

Rodrigo Garcia participa do encontro no pr�ximo dia 19. A Fiesp e o Ciesp ainda aguardam a confirma��o de data de Tarc�sio de Freitas e Vin�cius Poit.