13/11/2023
Rafael Cervone*


A Proclama��o da Rep�blica, em 15 de novembro de 1889, tem sido tema de an�lises cr�ticas e revis�es factuais sobre a maneira como ocorreu, incluindo o reconhecimento da dureza dos primeiros governos subsequentes. Embora n�o devam ser negados os estudos e pesquisas da Hist�ria e das ci�ncias sociais sobre como chegamos a tal forma de governo h� 134 anos, � muito importante saber como a utilizaremos em termos pr�ticos em favor de um Brasil melhor.

Assim, cabe reiterar que ser republicano, al�m de definir uma cren�a pol�tica, pressup�e acatar os valores da democracia e a isonomia de direitos entre todos, repudiar privil�gios e corrup��o, cumprir as leis e ter conduta c�vica. Tais princ�pios nos levam a refletir sobre outra celebra��o expressiva deste m�s, o Dia da Consci�ncia Negra, em 20 de novembro. � uma data que nos lembra a mesquinhez do preconceito e da discrimina��o e refor�a a relev�ncia da diversidade e inclus�o, numa sociedade na qual todos s�o iguais.

Ser republicano tamb�m implica respeitar as distintas opini�es e a liberdade de express�o e pensamento, resgatando o debate saud�vel e entendendo que ideologias diferentes n�o significam atitudes truculentas e ruptura do di�logo. A diverg�ncia e o pluralismo de pensamento podem ser bastante construtivos. Tanto quanto estar atento �s fake news, rejeitando-as e n�o as repassando. O bom exerc�cio das intera��es sociais, nessa vis�o mais ampla, � uma responsabilidade dos cidad�os, empresas, institui��es da sociedade civil, entidades de classe e governos.

Nesse sentido, cabe aprimorar as pol�ticas p�blicas de sa�de, educa��o, cultura, habita��o, infraestrutura de saneamento b�sico e mobilidade, seguran�a e gera��o de empregos. S�o prioridades que condicionam nossa capacidade de promover a inclus�o socioecon�mica, reduzir desigualdades e multiplicar as perspectivas de uma vida melhor para as sucessivas gera��es. � urgente, ainda, intensificar as a��es de combate � inseguran�a alimentar.

Outra miss�o de nossa Rep�blica, conforme preconiza o estudo Diretrizes priorit�rias - Governo Federal 2023-2026, da FIESP e do CIESP, � criar condi��es favor�veis para acelerar a transi��o do Brasil � economia verde. Para alcan�ar tal objetivo, � necess�rio descarbonizar e conferir maior seguran�a � matriz energ�tica. Al�m disso, ser� preciso maximizar nosso grande potencial da bioeconomia e investir em pesquisa e ci�ncia, visando ao fomento tecnol�gico e � inova��o.

Os desafios s�o imensos, mas as oportunidades, maiores ainda. Precisamos aproveit�-las, pois temos muito a oferecer ao nosso povo e ao mundo. Para isso, por�m, � necess�rio, mais do que viver numa Rep�blica, ser de fato republicano, na melhor e mais correta acep��o da palavra.

Nessa jornada dos brasileiros, a ind�stria � uma das protagonistas, n�o s� pelos empregos que gera, aporte tecnol�gico, redu��o da depend�ncia externa e valoriza��o da pauta de exporta��es, como pela postura que tem adotado em defesa do respeito, diversidade, inclus�o, produ��o limpa e ader�ncia aos preceitos da governan�a ambiental, social e corporativa (ESG). Esta tem sido uma firme postura do setor industrial, buscando contribuir para que nossa forma de governo e a democracia nos conduzam ao desenvolvimento.

*Rafael Cervone, engenheiro e empres�rio, � o presidente do Centro das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (CIESP) e primeiro vice-presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (FIESP).