Notícias > Recuo da indstria no 1 trimestre mostra necessidade de xito da NIB e reduo de custos Recuo da indstria no 1 trimestre mostra necessidade de xito da NIB e reduo de custos
04/06/2024
So cruciais programas de fomento do setor e a soluo de problemas como a tributao desigual e os nus elevados da folha de pagamento


Rafael Cervone, presidente do Centro das Indstrias do Estado de So Paulo (Ciesp), avalia com preocupao a queda de 0,1% da indstria no primeiro trimestre de 2024, conforme apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), ao divulgar, nesta tera-feira (4), o resultado do PIB, que avanou 0,8% no perodo. Embora o recuo do setor tenha sido pequeno, sua estagnao ruim para a economia nacional, pois seu fomento decisivo para o crescimento sustentado em patamares mais elevados, gerao de empregos e mais investimentos, afirma.

Para Cervone, a necessidade de promover o desenvolvimento da manufatura, com modernizao e ganhos de competitividade, aponta a importncia de se cumprir com xito a Nova Indstria Brasil (NIB), em especial o cronograma de financiamentos da ordem de R$ 300 bilhes at 2026. Nesse sentido, foi oportuno o lanamento do Programa Depreciao Acelerada, no dia 28 de maio ltimo. No entanto, os R$ 3,4 bilhes estimados para o primeiro lote de crditos destinados compra de mquinas, equipamentos e inovao esto aqum das necessidades, pois a demanda muito grande. Por isso, ser necessrio manter um fluxo anual de financiamentos at que se cumpram de modo integral os objetivos da nova lei.

Por outro lado, o presidente do Ciesp salienta que a indstria muito afetada pelo Custo Brasil, porque enfrenta a concorrncia global e no prprio mercado interno de competidores que gastam muito menos para produzir em seus pases de origem. Muitos deles tambm contam com subsdios. Por isso, alm de programas como a NIB e a Depreciao Acelerada, so fundamentais para o setor medidas capazes de reduzir os nus que impactam suas operaes. o caso dos impostos, altas taxas de juros, encargos trabalhistas e insegurana jurdica, dentre outros fatores.

Cervone expe, ainda, o peso de problemas graves que prejudicam o setor, cuja soluo lenta e/ou desfavorvel, gerando incertezas. o que ocorreu com a desonerao da folha de pagamentos, prorrogada at 2027 pelo Congresso Nacional, mas combatida pelo Executivo, que tentou de vrias formas anul-la, at chegar a um acordo com o Legislativo para uma reonerao paulatina. Foi a soluo possvel, mas que se arrastou quase at o meio do ano, prejudicando o planejamento das empresas, criando insegurana e aumentando os custos em relao ao modelo de desonerao que havia sido votado pelo Parlamento, ressalta.

Outro exemplo o benefcio concedido, em agosto do ano passado, s plataformas internacionais de e-commerce, isentas do Imposto de Importao para remessas de at US$ 50. Elas passaram a recolher apenas 17% de ICMS, ante um total de at 90% da indstria e do varejo brasileiros. Isso se chama concorrncia desleal, frisa o presidente do Ciesp, lembrando: Depois de muito prejuzo, perda de postos de trabalho, queda da produo industrial e riscos de fechamento de empresas, o governo, relutante em acabar com o privilgio dos sites estrangeiros, chegou a um acordo com o Parlamento para tax-los, na faixa de US$ 50, em apenas 20%. Ou seja, permanece significativa diferena tributria, em prejuzo da economia de nosso pas.

Cervone insiste na necessidade de solucionar problemas como esses e na premncia do xito dos programas especficos para o fomento do setor, decisivo para viabilizar o crescimento mais robusto do PIB, pela quantidade e qualidade dos empregos que gera, aporte de inovao e tecnologia, valor agregado pauta de exportaes e aumento da participao do Brasil no mercado global de bens mais sofisticados.

A indstria tem fator multiplicador de 2,15, o maior dentre todos os ramos de atividade. Isso significa que, a cada R$ 1,00 que produz, so gerados R$ 2,15 na economia. Assim, o seu fortalecimento tem forte impacto socioeconmico, contribuindo para a incluso, reduo do desemprego e melhor distribuio de renda, conclui.


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