15/04/2025
�Os brasileiros n�o podem continuar ref�ns da disc�rdia�

A prolongada greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que se estende por meses, ultrapassou todos os limites do razo�vel e do bom senso, colocando em risco a economia, as empresas e os trabalhadores. O alerta � do Centro das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Ciesp), que refor�a a urg�ncia de uma solu��o para o impasse entre a categoria e o Governo Federal. "Independentemente de quem tenha raz�o, a sociedade n�o pode continuar ref�m da disc�rdia e arcando com seus �nus", afirma Rafael Cervone, presidente da entidade e primeiro vice da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp).

As consequ�ncias nocivas da paralisa��o est�o escalando, com atrasos na libera��o de cargas, documentos retidos e processos aduaneiros estagnados por dias. Setores que dependem de agilidade, como o farmac�utico e o de alimentos perec�veis, s�o os mais afetados, mas os preju�zos espalham-se por todas as cadeias produtivas. Empresas enfrentam custos operacionais mais altos, perda de competitividade e risco de desabastecimento, em um momento no qual a estabilidade econ�mica � priorit�ria. O com�rcio exterior tamb�m � muito impactado.

Em dezembro de 2024, o Ciesp j� havia encaminhado of�cio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pedindo solu��o e apontando os danos causados pelo movimento. Desde ent�o, a situa��o s� piorou. Nos terminais de carga, o ac�mulo de mercadorias amea�a levar o sistema ao colapso. As empresas ficam sem alternativas, tendo de esperar � at� 15 dias, em v�rios casos � pela libera��o de produtos, inclusive itens essenciais.

A greve entrou em uma fase ainda mais cr�tica com a opera��o "Desembara�o Zero", iniciada em 31 de mar�o e que dever� prosseguir at� 11 de abril. A manobra, para quase todas as libera��es aduaneiras, repete uma a��o semelhante � realizada em fevereiro �ltimo, quando mais de 75 mil remessas ficaram retidas. Desta vez, os efeitos podem ser ainda piores: a desorganiza��o da cadeia de suprimentos tende a pressionar os pre�os, com estimativa de aumento de at� 2,1% no valor final dos produtos, com reflexos diretos na infla��o no per�odo da P�scoa.

Se n�o for resolvida j�, a greve pode transformar um problema pontual em uma crise estrutural no com�rcio exterior brasileiro e nas cadeias de valor. �Por isso, refor�amos o apelo por uma solu��o imediata, com a promo��o do di�logo e do entendimento entre os auditores e o governo. E, para ontem, � premente atender �s demandas urgentes, como a libera��o de medicamentos, insumos produtivos e mercadorias perec�veis, antes que os preju�zos se tornem irrevers�veis�, enfatiza Cervone.


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